domingo, 1 de julho de 2012

De volta á Ribeira


O quilombola Ditão em sua canoa.
Já se vão quase 15 anos desde minhas primeiras remadas no Vale do Ribeira. A companhia de antigos e novos amigos compartilhando aventuras, o contato intenso com a natureza e a beleza da paisagem tornaram aqueles dias muito agradáveis. Estes já eram motivos mais que suficientes para estar ali mas durante aquelas incursões pelos Rios Juquiá e Ribeira de Iguape, tomei contato com embarcações que me impressionaram. Apesar da proximidade com o Mar Pequeno não pareciam ter qualquer semelhança com as canoas tipicamente caiçaras desta outra região. Estas últimas, com as quais eu estava mais familiarizado, tinham suas formas perfeitamente adaptadas às águas agitadas por ondas. As do Ribeira pareciam mais rústicas e primitivas mas, ainda assim, adequadas ao uso nas correntezas dos rios como ficaria demonstrado mais tarde. Ao longo dos anos que se seguiram tentei, por diversas vezes e sem sucesso, conseguir informações sobre aquelas magníficas canoas entalhadas em troncos de árvores. Seria interessante compará-las com as canoas caiçaras. Teria que voltar ao vale com tempo para percorrer os rios, visitar comunidades, conversar com pessoas, navegar com elas em seus barcos e para isso idealizei uma expedição em que partiria de Eldorado remando pelo Ribeira até Iguape e de lá seguiria pelo Mar Pequeno até Cananeia. Há dois anos a oportunidade parecia ter surgido. Com o apoio de dois grandes amigos conhecedores da região, o velejador Ubirajara Proença e o canoista Lélis Ribeiro, fiz duas visitas de reconhecimento e preparação mas, depois de vários atrasos, a estação das chuvas estava se aproximando e eu não podia deixar que aquela janela se fechasse sem, pelo menos, iniciar minha tão sonhada viagem pelo Ribeira e Mar Pequeno.
Quase nada sairia como planejado mas, ao fim de alguns dias, eu estaria ainda mais fascinado e entusiasmado com o projeto.
(continua no próximo post)

2 comentários:

  1. Muito me orgulha ser citado por você. Estou por aqui para contribuir como puder para o andamento desse seu belíssimo projeto. Inclusive, posso lhe emprestar um caiaque amarelo que tenho aqui em casa. Ele é uma beleza... Grande abraço.

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    1. E vou citar novamente daqui a pouco. Graças a você o projeto ficou mais interessante e ainda mais difícil de realizar. Quanto ao caiaque, ficar longe dele já me fez ganhar vários quilos.
      abraços

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